No último sábado (14), a Sala Lilás completou um ano de funcionamento. Neste período, foram atendidas 889 mulheres vítimas de violência. Só em 2021 foram 610 atendimentos e cerca de 70% dos casos foram registrados com moradoras de Niterói, seguidos por Maricá (20%) e São Gonçalo (7%).

Os tipos de violência mais registrados são a física (53%) e psicológica (37,17%), seguido da sexual (8,29%). Porém, há ainda registros de outras, como tortura, violência patrimonial e negligência/abandono. Uma mesma pessoa pode sofrer diversos tipos de violência, por isso, mesmo sendo 889 vítimas registradas, os dados da Sala Lilás apontam 1025 registros diferentes. A violência acomete, em sua maioria, mulheres adultas (80%).

Inaugurada no momento mais crítico de isolamento social por conta da pandemia, a Sala Lilás, em seu primeiro ano, já se mostrou um equipamento fundamental. O espaço visa a minimizar o impacto da violência e da revitimização das mulheres e meninas no momento do atendimento para coleta de provas materiais, possibilitando o devido acolhimento, escuta e a inserção desta mulher na rede de atendimento da cidade, como o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), o Conselho Tutelar e a Secretaria de Saúde.

Além disso, há uma equipe multidisciplinar que atua no espaço, com assistentes sociais, enfermeiras e psicólogas. Desta forma, a integração dos serviços, além de garantir à mulher a escuta ativa e acolhida, a orienta para a rede de atendimento especializado. Neste ano, a equipe da Sala Lilás foi ampliada e o horário de atendimento passou a ser 24 horas.

“Criar mecanismos para redução da violência contra a mulher é fundamental. Temos que seguir nesta linha, acolhendo e dando suporte necessário para estas vítimas para minimizar o impacto sofrido com a violência”, falou o vereador Renato Cariello, vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal de Niterói.

Criado para prestar atendimento especializado e humanizado às mulheres vítimas de violência. A Sala Lilás funciona no Posto Regional de Polícia Técnica Científica (PRPTC), uma parceria entre as Prefeituras de Niterói e Maricá, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Secretaria de Polícia Civil.

Maria da Penha – No dia 7 de agosto foi comemorado os 15 anos da Lei Maria da Penha, criada para homenagear a cearense Maria da Penha, que ficou paraplégica em decorrência das duas tentativas de feminicídio por parte do marido, em 1983. Com a criação da lei, foram instituídos mecanismos para combater à violência doméstica e familiar. A Lei abrange outras formas de violência além da física, como a psicológica, sexual, patrimonial e moral.

Mesmo com 15 anos de vigência da Lei Maria da Penha e de ser referência internacional, o Brasil ainda ocupa o quinto lugar no ranking mundial de violência contra as mulheres e esses dados se tornaram mais preocupantes durante a pandemia da Covid-19.

Em memória à data, foi lançada a campanha “Juntas Contra o Feminicídio”, uma parceria entre os municípios de Niterói, Rio e Maricá. As cidades estão mobilizadas em reforçar as ações de enfrentamento à violência contra a mulher.

A campanha foi pensada para divulgação em transportes coletivos e individuais de informações que ajudem as mulheres vítimas de violência. A concessionária Ecoponte, que administra a Ponte Rio-Niterói, também aderiu à campanha e, na praça do pedágio, painéis eletrônicos divulgam os canais de atendimento às mulheres em situação de violência. Equipes da Codim estão distribuindo cartazes e panfletos em pontos estratégicos de Niterói, além de rodas de conversa através da Codim Itinerante e live com especialistas.

Vários pontos turísticos das três cidades estão iluminados com a cor roxa. Em Niterói, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e a Câmara de Vereadores. No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor e o Maracanã. Em Maricá, a entrada da cidade e a Igreja Nossa Senhora do Amparo foram os pontos escolhidos para receber a iluminação especial.

Como Denunciar a Violência Doméstica em Niterói:

– Ligue 180 (Grátis/24h) – Central de Atendimento à Mulher

– Ligue 153 (Grátis/24h) – CISP – Centro Integrado de Segurança Pública

– Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres – (21) 2719-3047

– Disque 190 (Grátis/24h) – Polícia Militar

– Defensoria da Vara de Família – (21) 2719-2743

– Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (21) 2716-4562/4563/4564

– SOS Mulher Casos de Violência Sexual – Hospital Universitário Antônio Pedro / HUAP – (21) 2629-9073

– Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher – (21) 2613-0593

– Policlínica de Especialidades da Mulher Malu Sampaio – (21) 2621-2302/1109

– DEAM Niterói (24h/presencial) – Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – Av. Ernani do Amaral Peixoto, 577, 3º andar – Centro

Disque Denúncia (24h exceto domingos e feriados/ somente denúncia anônima)

(21) 99973-1177 (whatsapp exclusivo Niterói)

(21) 2253-1177

Serviços de atendimento à mulher:

Niterói – Centro Especializado de Atendimento à Mulher Neuza Santos

Endereço: Rua Cônsul Francisco Cruz, 49, Centro. Telefones: 21 96992-6557 / 21 2719-3047 (whatsapp). Codim: 21 98321-0548.

Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam), piso G4 do Plaza Shopping Niterói, no Centro, de segunda a sábado, das 12h às 18 horas.

Fotografia: Douglas Macedo/Divulgação PMN