A Prefeitura de Niterói e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram uma carta de intenção para expansão do projeto Método Wolbachia, ‘Mosquitos do Bem’, para a região de Pendotiba. Em Niterói, a implementação do Método Wolbachia começou por Jurujuba, em 2014. Até o momento, foram contemplados 33 bairros, alcançando 373 mil habitantes. Esta área corresponde a cerca de 75% do município.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Não há modificação genética neste processo. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações, como é o caso das áreas de intervenção em Niterói.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.
A liberação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia em Niterói, que começou com uma ação piloto em Jurujuba em 2015, e já cobriu cerca de 75% do território municipal, já surtiu efeitos. Dados divulgados pelo Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP) conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz, apontam redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de Zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica em Niterói.
Na manhã de quinta (26), o prefeito de Niterói, Axel Grael, se reuniu com o líder do Método Wolbachia no país e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, o coordenador de relações interinstitucionais da Fiocruz, Valcler Rangel, a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia, Alessandra Siqueira, o diretor substituto do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Cássio Peterka, ambos do Ministério da Saúde, e o consultor da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Carlos Melo, para apresentação dos dados. Na ocasião, também foi assinada uma carta de intenção entre a Prefeitura de Niterói, a Fiocruz e o WMP Brasil para que a metodologia seja aplicada em todo o município. Para a nova fase, será feito um investimento de R$ 2,8 milhões.